“O trabalho nas hortas funciona como medida terapêutica e contribuir para reconstrução dos laços sociais do interno na medida em que eles aprendem sobre o cultivo de diversos alimentos, possibilitando dessa forma, um retorno para a sociedade com uma capacitação, ferramenta esta que facilitará sua reinserção no mercado de trabalho” [Diretor Capitão PM Gilberto Silva]
A Horta-Educativa do Conjunto Penal de Vitória da Conquista, foi implantada em novembro/2017, onde foram realizadas avaliações prévias por uma equipe interdisciplinar da unidade composta por Médico Psiquiátrico, Psicólogos, Terapeuta Ocupacional e Assistente Social, a quem coube avaliar o perfil dos internos. Após essa seleção os nomes dos internos passaram pela seleção da equipe de segurança da unidade onde foram avaliados aqueles que se enquadravam no perfil de internos que possuem boa conduta.
Após a seleção, foram ministradas por um Engenheiro Agrônomo da ProAgro aulas sobre o cultivo de horta, preparação do solo, adubação, confecção de canteiros, tratos culturais como irrigação, capina, dando ênfase ao saber tradicional no uso e manejo dos recursos locais.
Essa atividade faz parte do Projeto Semeando Liberdade, projeto que tem como finalidade proporcionar aos reeducandos a oportunidade de desenvolver atividades laborais com o cultivo de verduras, legumes e hortaliças, além de promover a ressocialização e a possibilidade de remição da pena. Entre as variedades produzidas estão alface-crespa, alface lisa, cebolinha verde, coentro, rúcula, rabanete, salsa, couve, pimentão dentre outras. Por não utilizarem defensivos agrícolas na plantação, os produtos colhidos são mais saudáveis e benéficos para a saúde de quem consome e para o meio ambiente e a sua produção é destinada para consumo interno da unidade (colaboradores e internos).
Estudos revelam que além de servir como atividade terapêutica, tirando os reeducandos da ociosidade, fortalecendo a política de ressocialização e promovendo a reintegração dos internos, o trabalho com a terra traz outros benefícios para os reeducandos, como diminuindo a incidência de doenças orgânicas com causas psicológica. A remição da pena e a profissionalização do interno, preparando para o mercado de trabalho após o cumprimento da pena. Conforme previsão da Lei de Execução Penal (LEP), o acesso da pessoa privada de liberdade ao trabalho depende de uma seleção.
Nesse contexto, o Diretor da Unidade Prisional, o Capitão PM Gilberto Silva, acredita que incentivando as atividades laborativas e educacionais a Unidade contribuirá para a ressocialização desses reeducandos. “O trabalho nas hortas funciona como medida terapêutica e contribuir para reconstrução dos laços sociais do interno na medida em que eles aprendem sobre o cultivo de diversos alimentos, possibilitando dessa forma, um retorno para a sociedade com uma capacitação, ferramenta esta que facilitará sua reinserção no mercado de trabalho”, afirmou o Diretor.
Para a Terapeuta Ocupacional, da Socializa, Sra. Amanda Letícia, o trabalho com a terra tem sido benéfico para os reeducandos em diferentes esferas. “Percebo que para a maioria dos reeducandos, o trabalho com a terra resgata suas origens, a terra retoma os valores familiares. Vejo na atitude deles, no cotidiano, que o contato com o sol e a terra oferece uma sensação de liberdade. Consequentemente, acredito que esta atividade planta nos corações daqueles homens a esperança de dias melhores”, afirmou a Terapeuta.