“A vida se constitui na relação das pessoas com seu entorno, na produção psicossocial dos modos de ser e estar. Por isso, o papel da Psicologia é acolher e resignificar esse sofrimento, a partir do entendimento de como ele é produzido. Na nossa realidade o ambiente carcerário apresenta-se como fator desencadeador de sofrimento psíquico, o que pode acarretar adoecimento e danos à saúde mental dos reeducandos. ” [ Dra. Lorrany Vieira e Dra. Jaciany Motta – Psicólogas da Socializa no CPBa]
O Ministério da Saúde, lançou uma agenda estratégica para atingir meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a única causa de mortalidade que não teve redução no número de casos nos últimos 50 anos. Porém, mesmo que o assunto ainda seja tabu, a divulgação de informações sobre o tema é uma das principais formas de combater o problema.
O Conjunto Penal de Barreiras participa da campanha Setembro Amarelo, criada em 2014 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), com o intuito de conscientizar sobre a prevenção do suicídio.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, a atuação de psicólogas/os na prevenção ao suicídio deve extrapolar as intervenções estritamente individuais e buscar a compreensão das condições de vida que podem contribuir para produzir sofrimentos mentais intensos. “A vida se constitui na relação das pessoas com seu entorno, na produção psicossocial dos modos de ser e estar. Por isso, o papel da Psicologia é acolher e resignificar esse sofrimento, a partir do entendimento de como ele é produzido. Na nossa realidade o ambiente carcerário apresenta-se como fator desencadeador de sofrimento psíquico, o que pode acarretar adoecimento e danos à saúde mental dos reeducandos. ”, explicam as psicólogas da Socializa no CPBa, Dra. Lorrany Vieira e Dra. Jaciany Motta.
Os dados nacionais são alarmantes. Segundo o CVV, 32 brasileiros se suicidam por dia no país, taxa superior às mortes causadas por câncer e Aids. De acordo com a OMS, nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos.
A coordenadora de saúde pela Secretaria de Administração Penitenciária – SEAP, enfermeira Milena Carla Magalhães Novais, salientou a importância de abordagens preventivas, ressaltando a importância em remeter a discussão à todos os cenários e práticas que operam em saúde, bem como numa perspectiva intersetorial, pois a problemática está presente nos diversos setores da sociedade.
Diante disto, o projeto Setembro Amarelo oportunizou ações e estratégias, destinadas os internos, seus familiares/visitantes e colaboradores da Socializa através de palestras interativas, grupo terapêutico com os reeducandos, abordagem dos familiares com distribuição de panfletos da campanha e grupo de orientações aos monitores de ressocialização da Socializa no CPBa.